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Fuga

  • Foto do escritor: Flavia Araújo
    Flavia Araújo
  • 10 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de fev.


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"Fugir como se fosse a melhor opção

(Às vezes, no momento, pode ser)

Como se não houvessem palavras para dizer desses desencantos

(Às vezes, não há)

Como se não tivessem lágrimas para chorar o infortúnio

(Talvez não tenha)

Ficar

Como quem não tem outra escolha."

@notasfaltando


Donald Winnicott introduziu uma visão de "fuga" mais focada na relação entre o self e o ambiente. Para ele, a fuga pode ser uma resposta àquilo que ele chamava de "ansiedade do self", ou seja, o medo de se perder na relação com os outros, de não ser reconhecido ou aceito. Winnicott acreditava que, em alguns casos, as pessoas podem se refugiar em comportamentos "imaturos" ou "regressivos" como uma forma de proteção. Esse tipo de fuga é uma tentativa de evitar enfrentar a dor da separação ou da identidade fragmentada. A fuga, nesse caso, pode se manifestar em formas de dependência, como a busca por objetos que "não fazem sentido" ou ações repetitivas que geram um falso senso de segurança.

Já Bion, por sua vez, falou sobre a importância da capacidade de "pensar" sobre as experiências. Para ele, a fuga pode ocorrer quando a mente é incapaz de processar a realidade ou de "pensar" adequadamente sobre as experiências internas. A fuga pode, nesse caso, ser uma maneira de evitar o trabalho psíquico de lidar com as emoções complexas e de lidar com o que Bion chamava de "pensamentos não pensados". Isso pode levar a formas de pensamento fragmentado ou a uma fuga para o mundo externo, como um recurso para evitar a dor do confronto interno.

Em outro nível, a fuga também pode ser pensada como uma tentativa de evitar o confronto com o vazio existencial ou com o sofrimento humano inerente à vida. A fuga pode se dar em uma busca constante por distrações, consumismo, trabalho excessivo ou outras formas de anestesiar o sofrimento psíquico. Muitas vezes, isso está relacionado ao medo de enfrentar a própria vulnerabilidade ou os aspectos mais profundos da psique. A busca por "sentido" nas coisas externas pode ser uma fuga do autoconhecimento, da dor ou das partes mais difíceis de encarar em si mesmo.


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© 2024 por Flávia Araújo. 

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