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De: Medo/Para: Intensidade

  • Foto do escritor: Flavia Araújo
    Flavia Araújo
  • 22 de jul.
  • 1 min de leitura

Querida maré de impressionamentos,


Queria que fosses ternura, coisa fria e mansa de fazer carinho. Queria calmaria no lugar de arruaça, assim dava para te amar devagarinho. Se eu estivesse no teu lugar, minha cabeça teria dado voltas, meu coração teria explodido, meu intestino estaria com as tripas de fora e meu olho, esbugalhado.

Como podes ver sentimento em tudo? Estava te reparando esses dias... Se tivesses noção do que dá para enxergar só com teu olhar, eu me assustaria de ver qualquer coisa, se eu fosse você. Ou seria se eu fosse eu com esse teu olho? Imagine só: o medo com olhos intensos. Não ia dar certo. Esses olhos são só teus, mesmo.

Mas, se puder, não me sente tanto assim. A gente não é caso de vida inteira—nosso casamento seria água parada. Eu também vou tentar não pensar no que queria que fosses... Talvez não te olhasse tanto se não parecesse estar diante de um mar com grandes ondas.

Mas eu te olho para não ser afogado, entende? É preciso alguém que olhe com a empolgação de mergulhar.

Abraço,

Medo.

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